Dia Internacional da Mulher - Repense o seu papel na sociedade


Muito provavelmente você deve ter ouvido falar sobre um suposto massacre em 8 de março de 1857 quando, na ocasião, muitas mulheres que reivindicavam direitos e melhores condições de trabalho foram queimadas vivas em uma tecelagem nos EUA. Deixe-me fazer um pequeno apanhado histórico sobre a realidade histórica por traz do Dia Internacional da Mulher a fim de esclarecer sua origem para que possamos repensar e quem sabe até redimir o seu significado.

A lenda por traz do dia 8 de março é, na verdade, uma grande mistura de datas e fatos isolados. As datas e os acontecimentos que se mesclaram para dar origem à história que conhecemos hoje são um incêndio ocasionado pelas péssimas condições de trabalho em uma tecelagem em Nova York onde vários operários, na maioria mulheres, são queimados vivos em 1857; uma greve de operárias em 1910 nos EUA e, principalmente, a greve e o congresso das mulheres socialistas na Rússia em 1917 que reivindicavam melhores condições de trabalho. Da mescla de todas essas datas criou-se a história que conhecemos hoje de uma greve (fictícia) nos EUA em 1857 que foi violentamente reprimida ocasionando a morte de 129 mulheres que são queimadas vivas. O apelo emocional de um massacre de mulheres que lutavam por seus direitos sensibilizou e cativou o imaginário popular.

O dia internacional da mulher, entretanto, nasceu como 'Dia Internacional da Mulher Socialista' e, como o próprio nome sugere, surgiu no seio dessa militância política, por parte das mulheres em suas conferências partidárias, tendo por objetivo incentivar encontros anuais e fomentar debates em vários países acerca da participação da mulher na sociedade.

Hoje, nem mesmo a luta das mulheres socialistas ou o massacre das operárias nos vem à mente quando pensamos em 'Dia Internacional da Mulher'.

Ao revisitar a história e lançar luz sobre os fatos que deram origem a essa data não intenciono necessariamente desmerecê-la. Revisitar significa muito mais entender as reais intenções e comemorações que a data enseja. É importante pelo menos sabermos que por traz desta data há não apenas o memorial emotivo e trágico de mulheres vítimas da opressão masculina, mas também todo um sistema político altamente anti-religioso que se autoproclama capaz de resolver todas as questões de gênero – sobretudo a questão do valor e do papel da mulher - por seus próprios méritos através de pressupostos claramente anti-bíblicos.

As comemorações de 8 de março intencionavam discutir o papel da mulher na sociedade e essa é uma discussão atual de extrema importância e urgência. Discutir o papel da mulher na sociedade hoje é vital uma vez que as mulheres desistiram de ser mulheres e ignoraram seus papéis sociais mais naturais e essenciais para a saúde da própria sociedade (no casamento, na maternidade, na família e no lar).

Discutir o papel da mulher na sociedade é vital desde que se tenha um firme fundamento e pressupostos sólidos. Somente nas Escrituras entendemos o que é ser mulher (seu valor, seu lugar, sua função neste mundo) com Aquele que é o Arquiteto, Idealizador e Construtor da feminilidade. Nenhum sistema filosófico ou político conseguiu responder a todas as perguntas da mulher e nem corresponder a todos os seus anseios como a Bíblia faz. E nenhum deles nem ao menos chegou perto de atribuir tamanha dignidade ao ‘ser mulher’ e ao seu papel neste mundo como faz as Sagradas Escrituras.

Sobre a opressão masculina sobre as mulheres, não há como não lamentar os frutos amargos colhidos como resultado do pecado da humanidade. Essa mesma mulher, forte, capaz de revirar o mundo de cabeça para baixo por seus direitos, foi criada para atuar em cooperação harmoniosa com o homem. O projeto perfeito original de homem e mulher fortes e capazes se ajudando mutuamente sob a liderança masculina foi marcado pelo advento do pecado – agora a mulher usa sua força e capacidade para tomar o lugar do homem, e este usa toda sua força para subjugá-la.

Não há como ignorar a natureza espiritual da guerra dos sexos. E para problemas de natureza espiritual, somente soluções que priorizem as questões espirituais são eficientes para resolvê-los. Nenhum sistema político ou filosófico, seja socialista, seja feminista, resolverá o problema da desigualdade de gênero. Qualquer tentativa humana de solucionar o problema entre homens e mulheres à parte de Deus está fadada ao fracasso. Qualquer tentativa que despreze a natureza espiritual da guerra entre os sexos é vã, tola e apenas traz falsas esperanças, falsas soluções e finda por acirrar ainda mais a tensão entre homens e mulheres. Homens oprimirão mulheres e negarão seu auxílio e mulheres se rebelarão contra os homens e tentarão tomar seu lugar até que Cristo volte, até que Cristo elimine de vez toda a sombra de pecado do mundo.

Somente a redenção do homem e da mulher pode solucionar o problema entre os sexos originado pelo pecado. Uma vez que nem todos são redimidos, perdoados e transformados, e uma vez que mesmo os redimidos não são completamente santificados, podemos dizer que, enquanto estivermos nesse mundo, as desigualdades de gênero continuarão.

Entretanto o homem redimido é capaz (e deve reconhecer a sua obrigação diante de Deus) de se relacionar e liderar a mulher com justiça, amor e equidade e de aceitar, incentivar e usufruir do seu auxílio forte, capaz e necessário. Por sua vez, a mulher redimida é capaz (e deve reconhecer a sua obrigação diante de Deus) de usar sua força e inteligência para auxílio do homem, em cooperação harmoniosa. E ambos são capazes de exercer os seus papéis complementares indispensáveis para o bem da sociedade e sobretudo para a glória de Deus.


Renata Veras.

Publicado originalmente em 07/03/2015, 19:43

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2 comentários

  1. Excelente texto! Nos chama a atenção para termos uma visão espiritual sobre o tema, e sempre nos voltarmos para a palavra que é a verdade e tem as respostas. O que me entristece é ver mulheres cristãs sucumbindo a esses movimentos. Esquecendo completamente que a luta vai além da questão física e de gênero, mas é totalmente espiritual, como citada não apenas pela autora, mas pela própria palavra. "Somente a redenção do homem e da mulher pode solucionar o problema entre os sexos originado pelo pecado."
    Abraço apertado!

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  2. Oi Renata, excelente!!! Só gostaria de dizer que apesar de saber e concordar com você que nós mulheres somos fortes, em certo sentido, a Bíblia diz que somos a “parte mais frágil” (1 Pe 3:7). Mais importante do que sermos vistas como pessoas fortes, penso, de acordo com a Palavra, que o que vale é destacarmos o sermos sábias e cultivarmos um “espírito manso e tranquilo”. Novamente, sei da força à qual você está se referindo, mas o problema é que o feminismo já se apossou desse termo e, como tudo o que a linhagem da serpente faz, o distorceu. A maneira como essa força feminina é apresentada ao mundo, alude à luta (vide aquela imagem da mulher mostrando o muque, hehe). Contudo, não devemos deixar de usar essa palavra, mas penso que podemos destacar outras coisas, usar outras palavras, que o Senhor, nosso tão criativo Deus, nos concedeu.
    Muito obrigada pela sua contribuição no crescimento intelectual da Igreja de Cristo. Um abraço, minha irmã.

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