O problema sem nome - as raízes da frustração feminina e o caminho para a satisfação.


A autora que deu o pontapé inicial da segunda onda do feminismo nos EUA foi Betty Friedan com sua obra Mística Feminina lançada na década de 60, influenciada pela mãe do feminismo de segunda onda na França, Simone de Beauvoir.

Baseada em pesquisas realizadas com várias mulheres, Betty Friedan chegou à conclusão de que existia um problema responsável pelo sentimento universal de incompletude e de frustação feminina. Para Friedan, a raiz do problema estava fundamentalmente nos modelos de feminilidade impostos historicamente às mulheres com seus papéis de maternidade e domesticidade. As mulheres eram frustradas porque suas capacidades e potenciais eram tolhidos por uma norma abstrata que ditava que elas deveriam ficar em casa dedicando-se ao casamento, ao lar e aos filhos e não desenvolvendo todo o seu potencial mundo à fora.

Esquizofrenias, depressão, suicídio, infidelidade conjugal, dores psicossomáticas – tudo tinha como causa principal a prisão que os papéis tradicionais das mulheres infligia sobre elas.

A solução para o ‘problema sem nome’, pois nem mesmo as mulheres que sofriam dele conseguiam o definir, estava na negação absoluta que qualquer papel tradicionalmente imposto sobre as mulheres, mesmo aquele biologicamente patente – a maternidade. No lugar destes, a mulher deveria assumir papéis fora de casa, lado ao lado e em pé de igualdade com os homens.

Décadas se passaram desde então, e o que talvez fosse difícil de refutar empiricamente à época, salta aos olhos nos dias de hoje. A liberação feminina e o empoderamento da mulher não trouxe qualquer tipo de cura ou alívio para os sintomas causados pelo ‘problema sem nome’.

Nunca antes as mulheres tiveram tanta liberdade para saírem de casa e escolherem seus papéis. E nunca antes as mulheres estiveram mais perdidas e infelizes. Pelo menos fica claro que os problemas femininos de insatisfação e frustração estão longe de terem acabado. Pelo contrário. Arrastar as mulheres à força para fora de casa tem resultado em milhões de outros problemas e frustrações. Basta pensar nas mulheres que, em nome de uma carreira, protelam a maternidade e anos depois apelam desesperadas para técnicas de reprodução assistida. Pense naquelas que recusaram a ideia de casamento e hoje estão solitárias, sem companheiros, sem filhos, sem família – sim, os que vieram antes de nós vão embora antes de nós. Muitas que quiseram ter tudo, amargam hoje o fruto de casamentos sem significado e de filhos criados por terceiros. Exaustas e duplamente infelizes.

O ‘problema sem nome’, apontado por Friedan, tem nome e é um velho conhecido. O sentimento de frustração e insatisfação da mulher nunca será resolvido se não considerado a partir da perspectiva correta. A frustração feminina não será resolvida por meio de novas oportunidades de realização pessoal. A frustração feminina nunca será resolvida à parte de Deus.

O ‘problema’ responsável por tanto dissabor na vida de todas as mulheres pode ser nomeado por ‘eternidade’.

"Ele fez tudo apropriado a seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade."
Eclesiástes 3:11

Uma vida ‘debaixo do sol’ que desconsidera o eterno leva à inescapável constatação de que ‘nada faz sentido’. Em nosso coração há um anseio que nenhum tipo de realização puramente humana poderá suprir.

Enquanto vivermos à parte de Deus viveremos insatisfeitos e frustrados. Qualquer tentativa de resolver essa insatisfação e frustração nos causará mais frustração e mais insatisfação.

Deus não nos criou à parte dEle. Fomos feitos à Sua imagem e semelhança e temos uma ligação com o Criador. Fomos criados por Ele e para Ele. Uma vida voltada apenas para si mesmo que desconsidera o Criador é uma vida inevitavelmente frustrada, pois carece de sentido e propósito.

"Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém"
Romanos 11:36


Uma vida de plena satisfação só é possível se vivida diante e de acordo com o Criador. Aquele que criou homens e mulheres iguais em dignidade e diferentes em função a fim de cooperarem em indispensável harmonia complementar. Que desenhou a mulher com o potencial maravilhoso da maternidade. Que planejou a família como unidade original de multiplicação e propagação da sua glória.

À vista disso, falar que o movimento de liberação feminina faz parte de uma agenda que visa tornar os relacionamentos entre homens e mulheres insustentáveis e destruir qualquer valor familiar é até mesmo redundante. É uma verdadeira agenda de fomento à guerra entre os sexos, ao fim das estruturas familiares, à desvalorização da maternidade e à ridicularização da domesticidade.

O problema não está no casamento, na maternidade ou na domesticidade. Está na forma como encaramos a vida. Está na forma como abraçamos e realizamos qualquer um desses papéis por Deus concedidos à luz da eternidade que Ele mesmo colocou em nosso coração.

Como diz a famosa frase de C.S. Lewis, “Eu descobri em mim mesmo desejos os quais nada nesta Terra pode satisfazer. A única explicação lógica é que eu fui feito para outro mundo”.

A fonte de nossa frustração e insatisfação, bem como de todos os sintomas decorrentes destas, é a falta de Deus. A solução para todos estes problemas está em, e somente em, Deus.

Que aprendamos o caminho da busca de nossa plena satisfação somente em Deus. As outras coisas nos serão acrescentadas.
Abraço carinhoso,
Renata Veras.

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9 comentários

  1. Oi Renata! Excelente o seu texto! Traduz exatamente o que Deus tem falado ao meu coração esses dias. Tenho tentado expressar no meu blog impressões sobre a maternidade e a feminilidade, que só encontram razão de ser no propósito de Deus. Que Deus continue te abençoando. bjs Camila Vaz

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  2. Muito bom!! Exatamente isso...pena que tantas mulheres estão presas e obececadas pela ideia de que a solução para nossas frustrações está na sociedade e sonhada igualdade...
    Que Deus nos ajude a aconselhá-las com paciência e humildade.

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  3. Oi Renata. muito bom seu texto, sou casada a 2 anos como tive que sair da minha cidade pra seguir meu esposo e viemos morar em Fortaleza, tive que largar meu emprego e me tornar "Esposa em tempo integral" ou seja "dona de casa" isso pra mim sempre foi revoltante e somente agora eu estou começando a entender que esse é o primeiro ministério que Deus me deu, cuidar do meu lar. Mas agora que estou começando a entender uma coisa outra eu nunca vou entende "Porque eu tenho que ser mãe?" eu não tenho vontade de ser mãe, queria saber a posição teológica sobre isso, eu preciso mesmo ser mãe pra cumprir todo o projeto de Deus na minha vida ?

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    1. Acredito que toda essa confusão é causada porque nos foi incutido desde cedo idéias totalmente erradas sobre o casamento,família... Pensemos no casal Adão e Eva: Deus os criou e disse para serem fecundos.Ele não os criou para serem um casal somente e vivessem eternamente assim.Para melhor entendimento seria necessário uma conversa mais profunda sobre tudo isso, pois há muitos aspectos a serem analisados que aqui não caberia.
      O que quero dizer é que a sociedade/mundo/pecado mudou os nossos padrões de entendimento.
      Se vc não sente o desejo de ser mãe,não se martirize por isto.Dedique-se ao seu marido, mantenha um lar equilibrado e dê um testemunho com sua vida seja onde e em qualquer circunstância em q estiver.Há muitas formas de exercer a sua maternidade sem que tenha filhos biológicos ou adotivos.Nunca perca a sua feminilidade e Deus te guiará. A paz de Cristo!

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  4. Grata por esse post, Renata!
    Que Deus continue falando ao seu coração.

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  5. Lindo, que Deus abençõe grandemente sua vida!

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  6. Também concordo contigo que há "uma agenda" querendo a divisão de homens e mulheres. O feminismo gerenciado por lésbicas em momento algum quer igualmente ( isso é uma falácia que elas pregam ). Elas querem supremacia.
    A estratégia pra isso é simples: divida para conquistar. Fomentar "a guerra dos sexos" torna as coisas mais fáceis pra elas.

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